A Santillana, empresa educacional líder na América Latina, renovou o acordo que tem com a Fundación Entreculturas e a Fe y Alegría para realizar novamente o programa #VoyaSer. Esta iniciativa ajuda meninas em situação de vulnerabilidade a concluírem o ensino secundário e a terem melhores oportunidades para o futuro.
O objetivo do projeto é acompanhar as meninas que vão iniciar o último ano do ensino médio nos mesmos dois centros educacionais onde foi desenvolvida a primeira edição do programa: um em Totonicapán (Guatemala), onde 9 em cada 10 indígenas vivem na pobreza, e outro em Imaza (Peru), onde o número de anos de escolaridade da população está abaixo da média nacional.
O projeto terá início no início do ano letivo de 2023 e conta com apoio 360º que inclui:
1. Apoio educativo: com materiais da Santillana América Latina e com ajuda econômica para garantir a continuidade educativa das participantes.
2. Assistência social: com um curso de habilidades emocionais feito sob medida para o projeto.
3. Auxílio tecnológico: com um curso de habilidades digitais básicas para professores e outro para alunos, ambos desenvolvidos do zero para o programa.
A estes três eixos, soma-se um aspeto diferencial do #VoyaSer: o acompanhamento, com visitas periódicas dos treinadores da Santillana para tutorar e dar apoio pedagógico a alunas e professores.
Para Francisco Cuadrado, Presidente Executivo da Santillana América Latina, " #VoyaSer é um projeto totalmente alinhado com o propósito da nossa empresa e com a estratégia de sustentabilidade do Grupo, definida no Plano Diretor 2022-2025. É um exemplo claro de que com a educação podemos transformar a sociedade".
Por sua vez, Daniel Villanueva, vice-presidente executivo da Fundação Entreculturas, afirma que "este programa é extremamente importante, uma vez que abrange as diferentes dimensões do direito à educação. E vai além da simples contribuição econômica, aprofundando o aspecto tecnológico e social da aprendizagem, graças aos diferentes cursos oferecidos para as alunos e professores".
Essa abordagem transversal proporcionada pelo programa é fundamental para reverter a situação atual da educação na América Latina. De acordo com diferentes relatórios publicados pela UNESCO, desde 2013 a educação na região não registrou avanços significativos e até regrediu em alguns aspectos. Já em 2019, 60% dos alunos do sexto ano não atingiram o nível mínimo em leitura e matemática, dados que, com o surto da pandemia, agravaram-se devido ao encerramento das escolas, que foi o mais longo do mundo.
Resultados da primeira edição
Em seu primeiro ano de vida, no qual foi desenvolvido como um projeto piloto, o #VoyaSer ofereceu apoio abrangente a 50 estudantes indígenas com recursos limitados e deu apoio a um total de 56 professores.
A Santillana acompanhou a evolução das participantes na primeira edição, com visitas presenciais às escolas e com uma pesquisa final, no qual todas se dizem motivadas a continuar a sua educação.
Outro efeito do programa é que "permitiu que mais meninas entrassem na escola por causa do efeito boca-a-boca", de acordo com Ernesto Cavassa, diretor da Fe y Alegría Peru.
Para Julio Pérez, chefe de desenvolvimento institucional da Fe y Alegría Guatemala, o principal benefício desta primeira edição do #VoyaSer foi a melhoria da autoestima das meninas. "Em uma pesquisa que fizemos recentemente, perguntamos a elas o que seriam quando terminassem o programa e foi muito bom ver que algumas expectativas haviam mudado. Você percebe como o exercício da liberdade e o direito à educação lhes dá a opção de imaginar futuros diferentes".
Contexto educacional na América Latina
Com #VoyaSer, a Santillana procura abordar três problemas muito presentes na América Latina e agravados após o encerramento das escolas devido à pandemia:
- Exclusão digital: a educação online imposta pela pandemia evidenciou o enorme problema na área. Isso foi apontado por um relatório do Banco Mundial, que estimou que cerca de 43% das escolas primárias, bem como 62% das escolas secundárias, tinham acesso à Internet muito ruim ou inadequado.
- Evasão escolar: estima-se que 40% dos estudantes latino-americanos não concluam o ensino médio, apesar de ser uma etapa de ensino obrigatório na maioria dos países da região. Durante a pandemia, a evasão escolar aumentou 15% devido à falta de recursos econômicos e tecnológicos, o que impediu os alunos de continuarem a sua formação online.
- Desigualdade de gênero: as meninas são as mais afetadas, pois muitas vezes são direcionadas para tarefas domésticas ou ao cuidado das crianças da família, abandonando assim sua educação. Cerca de um terço dos países em desenvolvimento não alcançaram a igualdade de gênero na educação primária.